Pessoal esse artigo também foi submetido e apresentado no II People.NET in Education: Congresso de Redes Sociais Aplicadas à Educação e encontra-se disponível na Revista People.NET.
Autor: Alexandre Campos Silva (palestrante do 3 People.NET)
Autor: Alexandre Campos Silva (palestrante do 3 People.NET)
A tendência de crescimento de acesso à Internet por dispositivos móveis como
celulares, smartphones e tablets, conectados a nova arquitetura de Cloud Computing,
possibilitam a integração de aplicações Web 2.0 com redes sociais. Cada vez
mais os usuários postam conteúdo e usam aplicativos via algum dispositivo móvel.
Trata-se de uma grande oportunidade para a educação também!
A popularização de PCs,
Smartphones, Tablets e banda larga fixa e móvel.
De acordo com o estudo IDC Brazil
Quarterly PC Tracker 4Q2011, 55% dos PCS vendidos em 2011 no Brasil foram
notebooks e netbooks e 45% são desktops (PCs de mesa). A IDC (2012) prevê que
serão vendidos 2,2 milhões de tablets, 17,6 milhões de PCs e 15,5 milhões
de smartphones no Brasil em 2012. É muito interessante observar como o
benefício da mobilidade leva ao aumento de venda de notebooks/netbooks no mundo
dos PCS e como a venda de smartphones se aproxima da venda de PCs rapidamente
em 2012. A tendência é que já em 2013 ou 2014 serão vendidos mais Smartphones
do que PCs.
Esta tendência de compra de
dispositivos móveis ao invés de dispositivos fixos como um PC de mesa ou um
telefone fixo mostram como a população se acostuma rapidamente com o conforto
da mobilidade para se comunicar e se conectar a Internet de qualquer local
através de dispositivos móveis.
Segundo a IDC (2012), o Brasil
atingiu 30 milhões de lares com pelo menos um PC e o número conexões banda
larga fixa no país atingiu mais de 18 milhões em 2011 segundo a Anatel.
A análise destes números expressa
claramente o desejo de nossa sociedade de estar cada vez mais móvel e conectada
abrindo possibilidades para se comunicar, interagir, ir as compras, reclamar,
acessar serviços, se divertir, publicar conteúdos e porque não estudar?
As redes sociais, os vídeos,
os smartphones e as aplicações móveis (mobile Apps)
Segundo o Social Bakers, o
Facebook atingiu 488 milhões de usuários que acessam a rede social via
dispositivos móveis em Abril 2012 num universo de 901 milhões usuários do
Facebook. Mais da metade dos usuários já se rendeu a facilidade de acessar o
Facebook via algum dispositivo móvel, Interessante observar nesta estatística
que o Brasil já tém mais de 15 milhões de usuários móveis no Facebook. Este
estudo considera usuários móveis aqueles que acessam o Facebook via celular,
smartphone ou tablet. O Japão, a Africa do Sul e a Nigéria, por exemplo,
apresentaram indíces de acesso móvel ao Facebook maior de 70% dos usuários.
Mas não é somente para
compartilhar fotos nas redes sociais que as pessoas estão cada vez mais
acessando a Internet, elas estão criandos cada vez mais conteúdo seja em texto,
imagens ou em com vídeos publicados no Youtube. Segundo o ComScore Video Metrix
(2011), somente no mês de março de 2011, 35,9 milhões de brasilieros assistiram
a video online na Internet.
As pessoas estão baixando mobile
Apps em seus smartphones e tablets, e enviando SMSs com seus celulares mais
simples. Muitos usuários de Internet Banking passam a usar aplicativos dos
bancos para realizar transações bancárias. O comércio eletrônico acostumado com
as compras pelo computador apresenta um aumento muito grande de compras feitas
pelo smartphone: um exemplo publicamente conhecido é o caso da
Amazon.com. Além dos games que se tornaram populares desde as primeiras
gerações de celulares, muitos outros serviços como reserva de bilhetes aéreos,
ingressos de cinema/shows entre outros despontam com o aumento de acesso móvel
seja pela Internet ou via aplicações móveis instalados no smartphones ou
tablets. Os smartphones são na verdade mais completos e muitas vezes
possuem mais funcionalidades que nossos PCs de mesa. Afinal de contas, os
smartphones da Apple, Nokia, RIM ou Samsung entre outras marcas, são uma combinação
de diversos equipamentos em um só: eles são telefones, máquinas
fotográficas, filmadoras com High definition, TV, GPS, reprodutores de música
em formatos digitais, “plataformas de vídeo games”, navegadores, “ferramentas
de Instant Messaging”, plataformas de “webconference”, e com milhões de
aplicações disponíveis nos permitem criar/editar arquivos em formato Microsoft
Office como se estivemos em nossos velhos PCs de mesa. Com todas estas
funcionalidades, fica realmente fácil compreender as mudanças de hábitos da
nova geração em relação a gerações passadas que se acosturam a usar um PC em
uma mesa de casa ou do escritório. A mobilidade faz com que usemos os
smartphones desde parques públicos, supermercados, carros, ônibus, metrôs,
pelas ruas e qualquer lugar onde o sinal da operadora de telecomunicações nos
permita.
Vale ressaltar que os smartphones
não significam necessariamente a morte imediata do bom e velho SMS que
continua a disponibilizar serviços interessantes para seus usuários e também
continuará co-existindo com as “mobile apps” pelos próximos anos.
Novas possibilidades de
colaboração para a educação com mobilidade e redes sociais.
Segundo JENKINS (2009), a
facilidade de nos conectarmos usando dispositivos móveis é uma das
características do desenvolvimento da cultura participativa. A nova
geração de crianças já nascidas na era do celular apresentam algumas
características muito fortes da cultura participativa como destaca o estudo da
Pew Internet & American Life project onde praticamente 1/3 dos adolescentes
criaram algum conteúdo usando mídias digitais e se sentem muito confortáveis
para entrar e sair de comunidades online com muita facilidade para compartilhar
informações e ajudar a resolver problemas e questões colocadas nestas
comunidades. SANTAELLA e LEMOS (2010), ressaltam que os colaboradores que se
conectam a um grupo social, geram valor para o grupo e esperam como
consequencia ganhar valor pelo reconhecimento do grupo.
Na minha opinião, a cultura
colaborativa da Web 2.0 que propiciou a de massificação dos blogs, dos
“mash-ups”, a popularização do compartilhamento de informações foi um incentivo
fundamental para uma nova geração de autores em busca de debates com leitores
em nichos específicos. Com a tendência de massificação de acesso a aplicações e
comunidades, via celular, smartphone e tablet, certamente esta cultura
participativa ganhará uma maior frequência de participação e trará novos
usuários para os debates nesta cultura participativa que aproxima as redes
sociais do mundo móvel.
Novos modelos desta cultura
participativa mencionada por JENKINS (2009) aparecem em novos modelos de
colaboração que ganham vida com o desenvolvimento de novas aplicações que
propiciam e facilitam a colaboração de pessoas em busca de conhecimento ao
redor do mundo.
Neste congresso de Redes Socias,
apresentamos um caso bastante interessante do modelo de aprendizagem de línguas
disponibilizado pelo site LiveMocha.com. O LiveMocha.com é um exemplo prático
desta cultura participativa com objetivo de aprendizagem de línguas. Os
usuários da comunidade que desejam aprender uma língua estrangeira como aluno,
podem fazê-lo, gratuitamente, desde que tornem-se também professores, e usando
seus conhecimentos de sua língua nativa e dediquem tempo para ajudarem outros
usuários aprendizes nesta língua.
Este modelo do LiveMocha.com que
integra os recursos de tecnologia de rede social, chat e web conferência ganhou
mais de 12 milhôes de adeptos no mundo, dos quais mais de 2 milhões no Brasil,
segundo SILVA & KIMURA (2012).
Esta cultura participativa está
apenas no começo e irá se massificar de fato quando as aplicações existentes e
criadas para serem acessadas por PCs via Internet passem a ser integradas a
redes sociais como o Facebook (ou outras) e começem a ser a migrar para serem
utilizadas via celulares, smartphones e tablets. Os anos de 2012 a 2014
certamente serão preciosos para o surgimento destas aplicações que integrem Website
com Mobile Apps e Redes sociais numa sociedade cada vez mais conectado e
“always on” segundo o NEW MEDIA CONSORTIUM (2011). As pessoas passam a ganhar
um tempo antes ocioso para poderem se dedicar a temas de interesse que incluem
de lazer, diversão, trabalho e estudo e aprendizagem. Imaginem só o potencial
para uma população das capitais brasileiras que gasta cada vez mais tempo no trânsito
em automóveis ou no transporte coletivo. Acredito fortemente que existe um
espaço tremendo para ser ocupado para expandir o tempo dedicado fora da sala de
aula para novas aplicações para estudo e aprendizagem. Professores
empreendedores ou empreendores educadores tém uma grande oportunidade para
criarem novas aplicações móveis ou comunidades com fácil acesso móvel
para fascinarem estudantes de todas as idades a aproveitarem melhor seu tempo
para aprender, debater e refletir a respeito de temas de interesse.
Para aqueles que tiverem um
relato de caso, um artigo ou uma idéia empreendedora, compartilhe conosco através do faleconosco@congressoredesocial.com.br
ou luchiodi@hotmail.com para
publicarmos aqui no blog ou mesmo apresentar no 3 Congresso de Redes Sociais
Aplicadas à Educação.
Bibliografia
ANATEL. Anatel - Agência Nacional
de Telecomunicações. Disponível em <http://www.anatel.gov.br>. Acesso em
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COMSCORE. ComScore Video Metrix - Online Video
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http://caudalonga.wordpress.com/2011/05/04/359-milhoes-de-pessoas-assistiram-31-bilhoes-de-videos-no-brasil/>.
Acesso em 04/005/2011.
IDC - International Data
Corporation. IDC apresenta as pervisões para o mercado de Tecnologia da
Informação e Comunicação em 2012.
Disponível em < http://www.idcbrasil.com.br/news.asp?ctr=bra&year=2012&id_release=2212>.
Acesso em 10/04/2012.
JENKINS, Henry et al. Confronting the
Challenges of Participatory Culture: Media Education for the 21st century.
Massachussets: MIT Press,
2009.
NEW MEDIA CONSORTIUM. The NMC Horizon Report:
2011 K-12 Edition. Disponível em <http://www.nmc.org>. Acesso em
08/10/2011.
SANTAELLA, Lucia e LEMOS, Renata.
Redes sociais digitais: a cognição conectiva do Twitter. 1ª edição: São Paulo,
Editora Paulus, 2010.
SILVA, Alexandre Campos &
KIMURA, Renato. Colaboração e aprendizagem de línguas na Internet: o caso
Livemocha. São Paulo: Congresso
Redes Sociais, 2012. Disponível
em <http://www.congressoredessociais.com.br>. Acesso em 01/06/2012.
SOCIAL BAKERS. Facebook Hits 488
Million Mobile Users. Disponível em <http://www.socialbakers.com/blog/554-facebook-hits-488-million-
mobile-users-infographic/>.
Acesso em 11/05/2012
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